Oi
Pareceu-me bem iniciar com um "Oi" o blog, é curto, seco e directo ao assunto. A sua função é saudar de uma forma cordial e semi-informal quem quer que seja que esteja a ler o que foi, é e vai ser escrito por aqui. Deixa ver o que acontece se eu repetir.
Oi
E pronto, está feito. Passemos à fase seguinte, passando a responder ao "quem somos", "para onde vamos", "de onde vimos".
"Ngimbo" é uma palavra do português (se não é, passou a ser) que assim por alto significa "foice". Eu gosto mais de traduzir como "ferramenta de trabalho". Porquê "Ngimbo"? Porque dá um contexto ao blog. Já lá chegamos.
Eu sou alguém. Que vive em parte incerta. Porquê a anonimidade? Bom, por enquanto, porque sim. Estudei Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico em Lisboa e presentemente trabalho no ramo, mais especificamente planificando e desenvolvendo aplicações-web. Porque revelei esta informação pessoal? Porque, sendo o objectivo deste blog divagar um pouco mais pelos assuntos relacionados com as tecnologias de informação em geral, achei que seria melhor estabelecer uma espécie de perfil profissional que me qualifique de certo modo para falar sobre o assunto em questão.
Porquê um blog? E porquê agora? Bem, por várias razões.
Já me questionaram em várias entrevistas de emprego se eu administrava ou participava em algum tipo de blog cujo tema fosse relacionado com as tecnologias de informação. Eu geralmente respondia que sim, já administrei e participei em blogs (com uma frequência díspar, como podem comprovar "cuscando" o meu perfil), mas em nenhum deles alguma vez se tinha escrito alguma coisa sobre tecnologias de informação. Ao que se seguiam geralmente um olhar que era um misto de desapontamento e preconceito (profissional). Tornou-se claro para mim que, para se ser alguém no ramo, é preciso não só saber, mas também mostrar que se sabe (de preferência por esta ordem, mas não obrigatoriamente).
Por outro lado, já por várias vezes senti a necessidade de extravasar alguma tensão e desapontamento com a forma como alguns processos decorrem nos projectos em que eu trabalho e divagar/discutir sobre eles. Sendo uma pessoa de opiniões fortes, gosto de defender algumas ideias que acho importantes para o bom funcionamento de um projecto nesta área, sempre tentando ser flexível com a minha opinião e aceitando sugestões ou mesmo críticas quando estou errado. Errare humanum est, e eu gosto sempre de espaço para errar, de preferência não muitas vezes.
Porquê um blog em português sobre tecnologias de informação? Bem, em primeiro lugar, é a minha língua nativa. Pessoalmente acho que escrevo e me expresso melhor em português que em qualquer outra língua. Por outro lado, estou farto de inglês. Todos os dias sou bombardeado com inglês, escrito ou falado, por mim e por outros. E a maior parte das vezes por gente cuja língua nativa está longe de ser o inglês. Ou seja, na maior parte das vezes, sou bombardeado com inglês errado. Sei de muita gente, lusófona e não só, que tomou a decisão de escrever os seus textos em inglês, porque achou que desse modo, chegava a uma audiência mais abrangente. Acho muito bem. Acho também que desse modo, enchem a Rede com mais conteúdos em inglês errado, perpetuam o estatuto do inglês como a língua de facto franca da actualidade, dessa forma minificando tanto a importância da sua língua nativa como a riqueza que a língua inglesa possa ter, e contribuem indirectamente para a suave e aborrecida mutação da raça humana para o mínimo denominador comum. O que é engraçado, porque vai totalmente no sentido contrário da tecnologia. O primeiro, e durante algum tempo, único esquema de codificação de caracteres usado na representação de texto em computadores chama-se ASCII, acrónimo para American Standard Code for Information Interchange, ou em português"Código Padrão Americano para o Intercâmbio de Informação". Hoje em dia existem mil-e-um esquemas de codificação que representam todos os alfabetos existentes à face da Terra de várias formas. Até há bem pouco tempo, o esquema para URIs (Identificador Uniforme de Recursos) só aceitava caracteres do alfabeto inglês. Hoje em dia já começam a ser aceites outro tipo de caracteres. Ou seja, a tecnologia tenta expandir o seu âmbito de forma a chegar a mais gente. Se continuar a existir este esforço de standardização da massa humana, será que não é uma perda de tempo esta constante adaptação da tecnologia?
Portanto, em português. Não é um sentimento de posse ou nacionalismo que me move, mas mais uma questão de juntar o útil ao agradável. Quem souber ler, sabe. Quem não souber, ou aprende ou usa um desses tradutores online que existem. Jesus falava em aramaico. Hoje em dia ninguém fala aramaico e toda a gente conhece Jesus e sabe do que ele falou. Não queria comparar-me a Jesus, mas se os jogadores de futebol o fazem a toda a hora...
Para finalizar, queria dizer que este blog não vai ser escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico. Os meus manos brasileiros que me desculpem, não o faço por apelo nacionalista ou o que quer que seja, simplesmente porque não aprendi essa versão do português, e isso só me iria dificultar a comunicação um pouco mais. Falem quando não entenderem, e a "galera" traduz, valeu?
Saudações
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